Resenha da Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro de Produção, pelo autor, Marcelo Pinheiro Cardoso, no ano de 2010.
A partir de 1990 iniciou-se um rápido processo de proliferação de novas tecnologias da informação, como o computador pessoal e a internet. Essas novas tecnologias modificaram a forma das organizações atuarem em diversas áreas, inclusive com relação a com seus funcionários.
As novas tecnologias da informação inseridas no ambiente empresarial trouxeram importantes mudanças para as companhias no que diz respeito a organização do trabalho. Tais mudanças dependem muito do ambiente ao qual, as empresas estão inseridas e da forma com que elas administram seus recursos e estabelecem seus sistemas organizacionais.
As empresas que possuem um sistema mais flexível de organização do trabalho tendem a ter melhores resultados com a utilização das TI´s, no entanto em alguns casos, as novas tecnologias ao invés de flexibilizar e diminuir a hierarquia, aumentam e fortalecem a centralização do poder.
Tudo irá depender do sistema com que a empresa decide trabalhar, ou seja, deforma mais rígida e centralizadora, ou de forma mais flexível e descentralizada.
O principal objetivo das empresas no inicio dos investimentos em TI se define pelo o aumento da produtividade, porem, hoje, além dessa preocupação, essas novas ferramentas são utilizadas no auxilio de processos decisórios como também para ações que visam o aumento da satisfação dos clientes.
Esse aumento da produtividade é vista para muitos autores como sendo consequência do aumento da qualidade dos processos, como também, de um fluxo de trabalho mais eficiente.
No entanto, algumas pesquisas apontam que em determinados casos os investimentos em TI não proporciona retorno esperado pelas companhias, principalmente devido às falhas no planejamento da organização do trabalho para se adequar a nova realidade.
É necessário ressaltar que a TI não é capaz de consertar nenhum processo deficiente, e que a informatização de um processo nessa situação não irá gerar melhoria alguma, a não ser um processo deficiente mais moderno.
O Teletrabalho traz tanto vantagens como desvantagens para as pessoas e para as organizações. A principal vantagem levantada é um melhor aproveitamento do tempo que antes era perdido com coisas que não agregavam valor algum ao trabalho, como por exemplo, o deslocamento dos indivíduos de casa para o escritório.
Como desvantagem é possível identificar o isolamento pelo qual o funcionário é submetido, por não conviver diariamente com os demais membros da equipe. Esse isolamento traz problemas principalmente motivacionais, devido as necessidades apontadas por Maslow e Herzberg das pessoas se relacionarem socialmente e de terem seu trabalho reconhecido pelos demais membros da empresa.
Para se solucionar os problemas, conclui-se que as empresas devem rever seus conceitos de organização do trabalho, para serem capazes de enfrentar situações que antes não existiam.
Para que essa nova modalidade de trabalho seja aplicada com sucesso é preciso que alguns pré-requisitos sejam satisfeitos, a natureza das tarefas como o perfil das pessoas, e os recursos tecnológicos.
Os principais pontos que sofreram mudanças com a utilização do teletrabalho foram as dimensões do espaço e do tempo, a produtividade e os custos, a supervisão e o controle gerencial, a motivação e a estrutura organizacional.
A introdução da TI não é o suficiente para se garantir a flexibilidade esperada do teletrabalho, e muito menos o sucesso no controle gerencial e na supervisão. A política da organização, sua estrutura e procedimentos são muito mais importantes para a obtenção dos resultados esperados, e a TI se configura apenas como uma ferramenta que contribui para se alcançar os objetivos e que se não for utilizada de forma adequada não ira colaborar em nada.
Por fim, pode-se concluir que as novas tecnologias da informação e o Teletrabalho são temas extremamente interligados e que trouxeram grandes mudanças e desafios para a organização do trabalho moderno.
Ana,
Excelente ponto de vista. O isolamento é um dos principais problemas no longo prazo e isto a TI não pode resolver por completo.
Entretanto como sou TI, quero acrescentar mais algumas informações que possam ajudar as pessoas de RH e os gestores destes times remotos.
Para o contato entre as pessoas, a vídeo conferência é uma realidade mesmo em conexões internet de baixa velocidade. O apelo visual traz um aspecto mais realista do mundo e do time com quem trabalhamos.
Para a questão do “tapinha nas costas” recebido do diretor durante o cafezinho, isto não teremos, mas existem ferramentas que possam expressar melhor a produtividade dos indivíduos (a minha empresa, TradingWorks, é uma destas ferramentas) e motivando-as, de um jeito ou de outro, a executar seu trabalho de forma organizada e eficientemente.
Não percebemos mas mesmo sem home-office já trabalhamos remotos com pessoas que raramente ou nunca vemos, então o fato da localidade da execução da atividade não é tão importante quanto ao contato físico regular com outras pessoas, mas que não precisam ser necessariamente as mesmas pessoas do trabalho, basta atendermos nossas necessidades como indivíduos, e como diria Maslow, cada um tem a sua necessidade específica.