A gestão participativa se aplica à política, organizações públicas e privadas, fazendo com que haja um maior debate sobre soluções que podem ser encontradas num cenário de globalização, crises econômicas, culturais e sociais.
Gestão participativa tem sido não um modismo, mas a solução para interesses divergentes e crises causadas pela demora em solucionar problemas. A gestão participativa se difere da gestão tradicional por agregar um debate mais amplo e seus pilares envolvem: informação, envolvimento, delegação, consulta e outros.
O que move a gestão participativa
A gestão participativa para existir necessita de um ambiente em que a solução nem sempre é imediata e deverá contar com a participação de vários envolvidos, esse ambiente pode ser de: políticas sociais, sustentabilidade, responsabilidade ambiental e social e etc.
Segundo o autor Maximiano, uma gestão participativa é aquela em que se valoriza a capacidade das pessoas em tomar decisões e resolver problemas. A vantagem da gestão participativa é que se aprimora a satisfação e motivação para o trabalho e o seu resultado é maior desempenho e competitividade das empresas.
Gestão participativa na administração das empresas é fato de cunho cultural e influenciado pelos aspectos políticos do país. Um país que evolui para uma gestão que envolve vários atores sociais é um país com uma gestão democrática e de inclusão que respeita as diferenças, considerando que todo indivíduo deve ter voz ativa independente de cor, raça, sexo, opção religiosa, situação social e outros fatores.
A cultura da gestão participativa de inclusão e igualdade ganhou um espaço mais amplo no setor de Recursos Humanos das empresas.
O Recursos Humanos na gestão participativa ganhou força a partir de uma forma mais justa, isonômica e igualitária nos processos seletivos que antes não eram consideradas na gestão tradicional.
As empresas estão admitindo pessoas maiores de 40 anos, pessoas com deficiência, enfim estamos na era participativa em que as pessoas são valorizadas pelas suas habilidades e talentos, e não por atributos físicos.
Outra característica do Recursos Humanos na gestão participativa é que a gestão de pessoas deve motivar os colaboradores de forma que sejam reconhecidos com programas de reconhecimentos, prêmios salariais e outros incentivos.
Pilares da gestão participativa
Para a gestão participativa eficiência e qualidade provem da descentralização e da delegação em um ambiente em que as informações devem ser todas disseminadas com decisões delegadas.
A comunicação numa gestão participativa deve observar princípios da transparência, objetividade e clareza para a concretização de metas e objetivos.
Em um ambiente de gestão participativa as estruturas são mais enxutas e descentralizadas, o que viabiliza maior contato entre os departamentos e maior alinhamento dos objetivos do nível operacional e nível estratégico, possibilitando melhoria em todo o sistema de comunicação, agilidade no processo decisório, além disso, uma estrutura enxuta significa maior redução de custos, definição mais clara de objetivos e divisão das responsabilidades.
Sobre comunicação, todos sabem que é um fator de gestão bem necessário, principalmente em um ambiente de gestão participativa. Por isso é preciso vencer as barreiras que fazem com que a comunicação da empresa esteja emperrada.
Uma dessas barreiras é manter uma diretoria que seja isolada. Uma diretoria que não esteja comprometida e por isso, não comunica, não informa e não desenvolve os talentos corporativos.
Canais e gestão de comunicação ineficientes é outro fator que faz com que a comunicação da empresa se enfraqueça. Diálogo face a face inexistente e pouco feedback é outro determinante que faz com que as empresas tenham uma comunicação infeciente.
Outro fator de comunicação ineficaz são os rumores, por não saber as informações de forma clara, os rumores crescem e a rádio corredor se torna responsável pela comunicação da empresa.
O sigilo que é necessário, a comunicação e informação concentrada apenas nos níveis mais altos fazem que os departamentos fiquem isolados, constituindo no ambiente uma situação falsa de poder, não agregando todos os setores no mesmo objetivo da empresa, sem perceber atitudes como essas não só promovem a falta de comunicação como um clima com pouca confiança, credibilidade e conflitos.
Desburocratização
Para que a gestão participativa tenha bons resultados, as organizações devem encontrar um consenso para que os processos sejam enxutos, o que resultará em menos processos burocráticos e mais dinamismos, que é característica da gestão participativa.
Cultura e clima organizacional
Como falamos anteriormente, a gestão participativa depende estreitamente da cultura e clima organizacional, de forma que a cultura deva ser mais voltada para um ambiente dinâmico, orgânico e que influencie a participação e desempenho individual.
Sendo que a figura dos gestores e dos líderes ainda é bem preservada, nas organizações de gestão participativa de forma que esses atores são impulsionadores, promovedores e motivadores de uma atitude mais agregadora e participativa.
A delegação é outra característica da gestão participativa, é necessário que haja delegação para uma manutenção da cultura de gestão participativa, e ainda para que haja um maior trabalho em equipe e responsabilidade individual, o que promove uma gestão mais participativa.
Outras consequências da delegação de tarefas, é que as equipes serão mais competentes a medida que necessitam maior conhecimento para realizar tarefas que foram delegadas, proporcionando assim uma maior iniciativa fazendo com que as equipes tenham autonomia e criatividade.
Na gestão tradicional o que existe é uma menor participação nas decisões, os colaboradores devem aceitar as decisões da alta administração sem questionamentos, se adaptarem às poucas informações que chegam a todos os departamentos de forma pontual e ainda conviverem com as barreiras de comunicação. Neste ambiente os sindicatos tem um significado bem representativo, pois constituem a única entidade capaz de conseguir informações, dados e comunicação com recursos como a pressão que é feita de forma hostil, sendo que neste ambiente tradicional a parte mais saudável é realizada por grupos representativos como os sindicatos.
Delegar é preciso para que se constitua não só uma gestão mais participativa, mas para que a empresa conte com um time de colaboradores mais capazes, competentes e preparados para competir no mercado. Para delegar de forma eficiente é necessário que o processo de delegação não seja realizado de forma aleatória para isso:
- Promova a autoridade para aqueles que são mais qualificados, isso fortalece as competências;
- Crie um clima em que as pessoas possam tomar iniciativas de forma mais livre;
- Defina limites de decisões para que não se crie grupos mais fortes que outros, estabelecendo assim uma cultura de desigualdade;
- Proporcionar autonomia não é suficiente, é necessário também que haja recursos necessários para que as decisões sejam tomadas a partir de mecanismos e ferramentas sólidas;
- Se torne facilitador e não somente um gerente delegador;
- Dê sempre o feedback e encoraje o bom desempenho com ações de reconhecimento.
Gestão participativa na prática
Para implantar uma gestão participativa é necessário que ideias práticas sejam estruturadas para que a participação faça parte da realidade da empresa.
Algumas ideias podem ser implantadas para que o ambiente corporativo agregue todo o valor de uma gestão participativa.
Ideias como a ferramenta brainstorming, que é uma ferramenta da qualidade e que pode caber em diversas situações que farão com que os colaboradores expressem o que sentem, o que desejam para o futuro da organização na formação de ideias. Para isso, reúna os colaboradores com o propósito de fazer com que ideias sejam geradas para resolução de determinados problemas até encontrar ideias cabíveis. O importante nesse processo é que as ideias sejam recolhidas de forma democrática sem críticas.
O estabelecimento de grupos de trabalhos específicos, também é uma ótima ideia para que seja estabelecido um ambiente com espírito de equipe e propósitos unificados, além disso, os trabalhos que serão desenvolvidos serão de suma importância para a empresa, trabalhos como: grupos de aumento da produtividade, de redução de custos, círculos de qualidade e outros grupos que se reunirão temporariamente para busca de soluções.
Outras iniciativas para uma gestão participativa é autogestão de equipes, que faz com que as equipes sejam responsáveis pela sua autonomia com atitudes como estabelecimento de normas e diretrizes próprias e ainda, decisões sobre remuneração. Outra iniciativa interessante para uma gestão participativa é a implantação de um sistema de remuneração por distribuição de lucros e, por consequência a implantação de sistemas de remuneração para o reconhecimento de desempenhos e metas.
A gestão participativa agrega valores que farão com que a empresa tenha um ótimo ambiente de trabalho e ainda seja mais competitiva, com métodos de gestão mais modernos e atualizados, com as tendências de mercado e que dão resultados reais para a concretização dos objetivos.