O brasileiro alimenta dois grandes sonhos na vida. O da casa própria, que tem sido mais fácil de realizar com as linhas de crédito disponíveis e prazos flexíveis para saldar a dívida, e o outro, comum entre mulheres e homens, que é abrir o próprio negócio.
Tempos atrás, era praticamente inviável levantar um empréstimo bancário se as garantias não fossem sólidas. Porém, isso mudou muito. Prova disso, são os números registrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 e 2011, sobre o volume de empreendedores no país.
Na última edição do IBGE, em 2011, havia 34.528 empresas de alto crescimento (EAC) responsáveis pelo emprego de 5 milhões de pessoas, pagando R$ 95,4 bilhões, entre salários e remunerações. Esses dados representam um aumento de 3,5% entre empresas de alto crescimento e 8,1% dos salários e remunerações, em comparação a 2010.
A EAC ganha tal status por empregar dez funcionários e manter uma média de crescimento de 20% dos assalariados ocupados, nos três anos anteriores. Desse total, em 34.106 empresas, o aumento de pessoal é resultado de novas contratações.
Com um cenário econômico promissor, pela geração de mais empregos e, inclusive, pela inserção da classe C como consumidora ativa no mercado, surgem também oportunidades mais atraentes para se levantar crédito e investir no próprio negócio.
O refinanciamento imobiliário permite conseguir empréstimo de até 60% do valor do imóvel, conforme as regras de cada banco ou instituição financeira. É uma das possibilidades bem-aceitas por apresentar facilidades e vantagens na sua contratação.
Essa modalidade concede empréstimo estando “dando” o imóvel com mais de 60% quitado como garantia. As condições para a liberação do capital incluem, ainda, prazos e pagamentos flexíveis; taxas de juros pré-fixadas ou pós-fixadas mais acessíveis em relação a outras linhas de crédito; não há necessidade do proprietário sair do imóvel que é dado como garantia; os prazos de pagamento são longos; a burocracia para liberação do crédito é menor, dentre outras.
Obviamente que antes de recorrer ao banco, é necessário definir o segmento almejado e o desenvolvimento de um plano de negócios bem detalhado para não perder dinheiro. Embora tenha ficado mais fácil levantar uma quantia para investir na sua própria empresa, o mercado está mais competitivo.
Pense com cautela, e, sobretudo, pesquise muito bem o ramo que deseja atuar. Recorra a dados secundários para dimensionar o potencial do negócio. Empreender exige ousadia para correr riscos previamente calculados, de acordo com a capacidade do seu investimento.
Rafael Sasso, Diretor Financeiro da Melhortaxa, com graduação e mestrado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA USP) e pela ESSEC Paris, França.