Esses procedimentos são testes sistemáticos que avaliam o comportamento de um indivíduo, considerando sempre os fatores sociais e históricos aos quais este foi condicionado e quais foram os seus efeitos na psique.
O único profissional habilitado por lei (Art. 13 da Lei no 4.119/62) a realizar esses testes é o psicólogo, devendo ele sempre manter a ética, profissionalismo, sigilo e imparcialidade que promovem ao indivíduo avaliado a preservação da sua integridade.
É de suma importância que esse profissional tenha consciência de como um diagnóstico pode influenciar a realidade de um indivíduo, tanto que existem críticas a respeito desse tipo de avaliação, pois ela pode, muitas vezes, facilitar processos de exclusão de um avaliado.
A história dos testes psicológicos:
A origem:
Os testes psicológicos existem desde a antiguidade e eram utilizados por gregos em processos educacionais para conseguir domínio em suas atividades intelectuais e físicas, mas não eram focados nas diferenças comportamentais.
Já no início do século XX, foram feitos testes que classificavam a idade mental de indivíduos conforme eles eram capazes de responder às perguntas da avaliação. Em 1912, foi feita uma revisão desse teste por outro estudioso que organizou os testes de inteligência e os deu enfoque para o público infantil em idade pré-escolar. Com o passar do tempo, esses testes foram sendo aprimorados e já durante a primeira guerra mundial, após aperfeiçoamentos, puderam ser utilizados dentro de escolas e aplicados pelos próprios professores.
Após algum tempo surgiram testes que avaliavam a personalidade com o objetivo de medir características afetivas ou de cunho não intelectual do comportamento. A utilização deles visa avaliar o ajustamento emocional, as relações sociais, as atitudes, os interesses, a motivação, os hábitos, bem como possíveis alterações emocionais e conflitos internos de um indivíduo.
Avaliações psicológicas no Brasil:
Aqui no Brasil, as avaliações psicológicas foram, inicialmente, usadas com fins de orientar e selecionar profissionais, mas, mesmo durante as décadas de 60 a 80, o país não investia muito nesse tipo de avaliação psicológica, adaptação e elaboração de testes. Apenas a partir dos anos 90 houve mudanças que caracterizaram um maior enfoque desta área no país com a implantação de laboratórios nas universidades.
Em 2003, esses testes foram regulamentados através da Resolução nº 2/2003 como uma resposta ao CFP (Conselho Federal de Psicologia), referindo-se à demanda que esses profissionais passaram a exigir e da própria sociedade, que devido ao uso indevido desses testes acabava prejudicada.
Tipos de testes psicológicos
Os testes utilizados em avaliações psicológicas não são tão simples e não se limitam a um único tipo, mas abrangem vários tipos de pesquisas que se baseiam em testes e procedimentos de avaliação de características específicas que compõem o psicológico de um indivíduo.
Existe uma gama de testes psicológicos, mas os principais consistem em:
Após concluir um teste psicológico, o psicólogo normalmente leva algumas semanas para reunir os dados, interpretá-los e produzir em um relatório a avaliação do indivíduo.
Aplicação de uma avaliação psicológica
Durante a manipulação de uma avaliação psicológica é necessário levar em consideração características fundamentais para realizá-la satisfatoriamente, como a qualidade do ambiente físico e psicológico, bem como material de teste.
A importância das avaliações psicológicas
A avaliação psicológica dentro de organizações:
A avaliação psicológica tem sido um instrumento indispensável dentro de processos que selecionam pessoas, pois através dos testes a personalidade, o desempenho, a rapidez e mesmo a atenção do indivíduo podem ser avaliados. Dessa forma, essas avaliações têm tido enorme importância e sido fundamentais para que um candidato seja contratado, já que as empresas obtêm uma melhor percepção do perfil de cada candidato, podendo escolher a pessoa que melhor se adequa ao cargo disponível.
Através desses testes também podem ser avaliados o trabalho em equipe, características de liderança, o rendimento no trabalho, além do relacionamento pessoal com as autoridades.
Em suma, essas avaliações dentro de empresas, concursos e processos seletivos têm o objetivo de eleger candidatos que possuem aptidão quanto ao comportamento, à função e que tenham particularidades emocionais e comportamentais de acordo com a exigência do exercício da profissão.
O investimento das organizações em profissionais da psicologia:
As organizações têm investido cada vez mais nas áreas de recursos humanos (RH) e gestão de pessoas, bem como em processos de avaliações psicológicas, não somente por ter a necessidade de contratar, mas de entender os motivos que levaram os seus empregados a sair da organização e também de quais elementos levaram a empresa a os demitir.
Com essa crescente necessidade, os testes psicológicos têm aumentado dentro de empresas, pois essas possuem o cuidado em “acertar” na hora da uma contratação e de investir no profissionalismo de determinado funcionário para que ele possa manter a qualidade da sua produção e bem-estar dentro da organização.
O psicólogo dentro de uma organização promoverá, portanto, a qualidade e organização da mesma, onde uma das peças fundamentais para o sucesso dela é a interação desse profissional com os funcionários e seu laço com a empresa. Visto isso, a empregabilidade desses profissionais é praticamente certa.
Os testes psicológicos são muito usados não apenas em processos de seleção dentro de empresas, mas também em hospitais, escolas, organizações militares, no meio familiar, dentre muitos outros locais. Dessa forma, a avaliação psicológica nesse sentido vem sendo uma ferramenta indispensável para que se possa conhecer e entender as limitações, o potencial, as competências e habilidades pessoais de um sujeito, entendendo de maneira mais profunda o funcionamento da psique do homem.